
Jornalista, redatora e tradutora
Sou jornalista, brasileira e moro na Suécia há 15 anos. Casada, mãe de três meninas e sempre amante do calor, dos livros e amiga das artes.
O tempo fora do Brasil me mostrou muitas coisas novas sobre mim mesma. Dentre elas, a possibilidade de pertencer a dois mundos completamente diferentes. Dizem que após 7 anos fora do país de origem, não voltamos mais! Nisso, não há verdade absoluta, mas sei que a saudade se modifica. E mais: é aconselhável ser amiga da saudade, pois ela será companheira fiel na vida de qualquer expatriado. Ou melhor, expatriado, não! A vida convida. Os horizontes se expandem. E pátrias podemos ter várias – acredito!
As diferenças entre Suécia e Brasil são, muitas vezes, imensas. A começar pelo clima. Aqui, os invernos são rigorosos e longos – algo ainda difícil para uma ”pessoa do verão”, como eu. E as estações do ano, bastante definidas. As relações sociais? Costumo dizer que na Suécia é difícil fazer amigos. Mas, quando esses amigos são feitos, serão pra vida toda. Fora o contato que se tem com pessoas do mundo inteiro, com suas bagagens culturais e mil e uma histórias pra contar – prato cheio para os ouvidos de uma jornalista.
A vida fora de ”casa” exige paciência, olhar amplo e vontade de fazê-la dar certo. E nem sempre isso tudo é suficiente. Mas o mundo ensina o movimento. E o andar em solos desconhecidos e desvendá-los faz parte da minha trajetória de vida. Assim como a escrita, ferramenta que sempre me acompanhou.
Desde muito cedo, descobri que ela faria parte da minha vida de maneira profissional. Hoje, trabalho com comunicação, de diferentes formas, tanto para a Suécia quanto para o Brasil.
Em São Paulo, iniciei minha carreira na TV Gazeta, estagiando em jornalísticos e no Programa Mulheres. Trabalhei também como repórter na área de saúde - tanto com produção de conteúdo digital como impresso.
Atuei também em diversas assessorias de imprensa, com clientes nas áreas de design, direito, cultura, saúde e informática.
Na Suécia, os meus trabalhos em assessoria de imprensa estão ligados à área cultural. Tive a oportunidade de trabalhar com gestão de crises, afim de mudar o foco negativo que a imprensa local destinava a um teatro. A instituição passava por um período turbulento, aonde a mídia valorizava apenas conflitos internos. Neste caso, houve a necessidade uma ação de mídia focada nas peças apresentadas, no background dos atores e nos diversos eventos que o teatro organizava. Através de press releases semanais e com foco em todo o trabalho artístico que o teatro oferecia, foi estabelecido um bom relacionamento com jornalistas do setor cultural. Resultado: entrevistas, matérias, recensões das peças e presença maciça em jornais, emissoras de rádio e TV.
No jornalismo sueco, tive a oportunidade de escrever para mídia impressa e redescobrir o jornalismo de rádio, freelando para a Sveriges Radio – emissora estatal de rádio. Lá, aprendi a trabalhar com rádio de forma bastante ampla. Desde a sugestão de pauta até a edição final do arquivo de áudio da reportagem. Nas emissoras da Sveriges Rádio, os repórteres são responsáveis também pelo texto da matéria a ser publicado no site e otimização desse texto para as mídias sociais do canal.